“Estilos de Comunicação” é um instrumento de avaliação de estilos pessoais baseado no material denominado Comunicating Styles Techonology, desenvolvido por Paul Mok, psicólogo americano formado pela Cornell University e com mestrado na Harvard University. É um instrumento focado na comunicação interpessoal, com a finalidade de ajudar as pessoas a se perceberem e a perceberem as diferentes formas dos outros se comunicarem. Comunicação significa “tornar algo comum” e para isto é fundamental que os interlocutores falem a “mesma língua”, pois só assim podem se entender. Caso contrário, pode haver mal-entendidos, conflitos ou simplesmente não se entenderem.

O instrumento “Estilos de Comunicação” nos fornece, então, de forma simples e clara, um quadro de referência para o autoconhecimento e a percepção dos outros. Com base nas dimensões estudadas por Jung, Paul Mok identificou quatro estilos primários de comunicação:

Reflexivo:é o que tende a valorizar as ideias, a criatividade, a originalidade e os conceitos;
Racional:que tende a valorizar os dados, os fatos, a organização, a lógica e a ordem;
Afetivo:que tende a valorizar os relacionamentos, as interações, o trabalho em equipe e a lidar com os outros;
Pragmático:que tende a valorizar a ação, os resultados, as atitudes práticas e as decisões rápidas.

Nenhum estilo pode ser considerado bom ou mau por si só, nem mais valorizado do que outro. Eles são, simplesmente, quatro tipos de análise de pessoas e de suas percepções. Em cada estilo existem os pontos fortes e os pontos fracos. Nosso sucesso normalmente se dá pelas forças de nosso estilo, seja ele qual for. Desenvolvimento ou maturidade não significa mudar de estilo, mas usar o seu estilo de forma adequada, mantendo suas conseqüências indesejáveis (os pontos fracos) sob controle. Além disso, significa saber se relacionar de forma adequada com cada um dos estilos diferentes do seu.

Os estilos Reflexivo e Racional são os chamados Estilos Mentais e os estilos Afetivo e Pragmático são os Estilos Sensoriais. Os mentais são aqueles que à medida que entenderam o problema, acharam a solução ou o caminho, tendem a baixar a ansiedade e a trabalhar de forma planejada ou com visão de longo prazo. Já os sensoriais, necessitam estar agindo ou se relacionando, precisam do concreto para se sentirem bem, desta forma, tendem a ser mais dinâmicos e menos pacientes.

O estilo que normalmente mais tendemos a usar é chamado de estilo dominante ou primário. É comum também as pessoas terem um segundo estilo muito próximo do primeiro que chamamos de estilo auxiliar ou secundário. O estilo auxiliar “atenua” e “complementa” as características do estilo dominante, muitas vezes ajudando a evitar os aspectos negativos do uso excessivo do mesmo.

O instrumento de Paul Mok permite também identificar os estilos que mais usamos em situações de stress. Na reação a situações de stress, algumas pessoas reforçam o seu estilo dominante (quem é Racional, por exemplo, pode tornar-se ainda mais Racional sob stress) e outras mudam completamente de estilo (um Racional tornando-se um Afetivo sob stress, por exemplo). Esse tipo de reação é muito característico de cada pessoa. Identificar essas nossas reações pode ser extremamente útil para tomarmos alguns cuidados em situações onde é mais exigido um estilo com o qual não estamos acostumados ou que não nos sentimos muito confortáveis para usar.

O cuidado que se tem que tomar em qualquer classificação comportamental de estilos ou tipos é evitar a mera catalogação própria e dos outros. Na realidade o objetivo de qualquer instrumento deste tipo é apenas nos fornecer um quadro de referência para nos enxergarmos sob alguns aspectos. Desta forma, além da identificação dos estilos através do questionário específico para isto, é imprescindível entender corretamente o que significa cada um dos estilos, fazer uma reflexão profunda sobre como costumamos pensar e agir, sobre nossas características pessoais e daí tirar nossas conclusões para uso no dia-a-dia.

Para isto, então, vamos detalhar o significado de cada um dos quatro estilos, mostrando as características básicas de cada um, seus pontos fortes e as possíveis conseqüências indesejáveis de cada um deles. Nossas forças podem ser também nossas fraquezas, esta é uma lição importante que aprendemos no decorrer da vida. O modo, por exemplo, como somos vistos pelos outros nos apontam esses dois aspectos; muitas vezes só́ através do feedback honesto dos outros é que percebemos esse “lado sombra” do nosso modo de se comportar.

Fonte: Kienbaum Brasil – Professores: João Mendes e Vicky Bloch