Aos 24 anos de idade, Sophie Brown havia conquistado seu emprego dos sonhos como jornalista em um importante site internacional de notícias. Ela havia trabalhado duro para chegar lá, seguindo obedientemente o caminho aconselhado por todos, de professores até seus pais, para chegar a esse ponto da carreira. Havia apenas um pequeno problema: ela odiava.

“Eu odiava o emprego e as pessoas lá”, diz ela. “A ideia é que eu continuasse subindo e quando conseguisse uma promoção eu seria mais feliz, ou quando conseguisse um aumento as coisas seriam mais fáceis”. Mas a realidade mostrava outra história.

“Trabalhando noites adentro, de manhã cedo e nos finais de semana… Eu não passei tempo algum com a minha família durante anos e percebi que esse emprego dos sonhos que eu trabalhei tanto para conseguir na verdade não era nada do que eu queria”.

Então, ela se demitiu.

Hoje em dia, há uma pressão enorme sobre o papel do trabalho em sua vida. Já não é o bastante baixar a cabeça e trabalhar, você precisa também amar seu trabalho apaixonadamente. Você precisa seguir seus sonhos e tentar “alcançar as estrelas”. Mas a ideia do emprego dos sonhos é realmente possível? Ou é uma besteira idealista criada para fazer você se sentir mais culpado, trabalhar mais e reclamar menos?

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Sophie Brown, aquela jornalista infeliz do primeiro parágrafo, agora organiza sua própria rotina como freelancer e aspirante a confeiteira. Ela trabalha em casa, ao lado de seus dois cachorros, e tem aulas de confeitaria à noite. “Eu vejo as pessoas que amo mais do que nunca e estou muito mais feliz do que jamais estive”, diz ela. “Agora eu percebi que há formas de fazer dinheiro que fazem você feliz”.

Ela parece ter tomado um atalho para algo que muitas pessoas não conseguem fazer até o fim de seus 40 ou 50 anos: enxergar além da miragem do trabalho dos sonhos e traçar seu próprio caminho.

 

Fonte: BBC News Brasil – É realmente possível ter o emprego dos sonhos? (https://www.bbc.com/portuguese/vert-cap-43645434)