É comum começar a carreira profissional não pensando tanto em longo prazo. A falta de planejamento inicial e as próprias experiências da atividade realizada podem acabar por levar o indivíduo a um caminho diferente do desejado, com oportunidades que o colocam em outro rumo, distante das suas reais ambições.
Caso você se encontre nessa situação, sem o ímpeto ou o tempo de parar e efetivamente entender seu cenário atual, que tal aproveitar o momento de crise, em que a vida já não anda mais a mil por hora, para se estruturar?
Continue a leitura e veja como organizar sua carreira profissional para alcançar objetivos condizentes com quem você é hoje e ocupar o lugar desejado no mercado de trabalho em curto, médio e longo prazo. Confira nossas dicas no post e veja também a série de vídeos que preparamos para você!
Por que estruturar a carreira profissional?
De forma simplista, a resposta é: para ter metas bem traçadas que conduzam você em suas ações diárias. Todo planejamento orienta a execução das medidas necessárias a fim de realizá-lo, jeito efetivo de manter o foco, a disciplina, a postura e as atitudes que levem à concretização das expectativas definidas.
Quando uma crise — como a que vivemos por causa da pandemia da Covid-19 — acontece, o mercado desacelera e os profissionais ganham tempo para rever a carreira. Assim, é possível avaliar seu histórico até o momento atual, assimilar as experiências obtidas e potenciais e as habilidades e competências desenvolvidas.
A análise ainda abrange interesses e ambições pessoais e afinidades com determinadas matérias, áreas ou tarefas típicas de determinada profissão. A compreensão de todo esse cenário evidencia se os seus anseios são condizentes com a carreira construída até agora e o caminho que ela parece seguir.
A estruturação evita que você ocupe um cargo alto no mercado de trabalho, seja visto como bem-sucedido pelos outros, mas não se sinta assim. Ainda, ela esclarece objetivos e cria um plano de ação capaz de organizar sua rotina, promovendo o desenvolvimento das competências certas a fim de chegar ao lugar visado.
O que considerar na estruturação?
Uma carreira profissional orientada para a sua satisfação pessoal pode ser desenhada a partir de avaliações realistas sobre capacidades técnicas e comportamentais. Colocar no papel as características observadas e o objetivo principal ajuda no planejamento estratégico. Confira quais perguntas podem orientar você nesse projeto.
“Qual é o meu histórico profissional?”
Onde você trabalhou e quais cargos já ocupou dizem muito sobre o profissional que você é. O tempo de permanência em cada ambiente de trabalho também importa, pois evidencia o quanto o indivíduo se aperfeiçoou nas atividades ali desenvolvidas, conheceu o segmento em questão e assimilou a cultura organizacional.
Analise as tarefas desempenhadas. Caso você já tenha sido analista comercial, por exemplo, como descreveria sua rotina laboral para alguém que jamais pisou no escritório? Em quais sistemas e plataformas você aprendeu a mexer para realizar suas funções diárias?
Elenque também ferramentas, técnicas e metodologias utilizadas — um desenvolvedor de aplicativos pode ter domínio do PMBOK ou utilizar o Scrum em seu trabalho, recursos diferentes que dizem muito sobre sua forma de gerenciar projetos.
Além de competências, como realizar pesquisa de mercado, precificar produtos e serviços, criar ações promocionais e divulgar a marca, avalie também as mais subjetivas. Podemos citar a habilidade negocial, a capacidade de falar em público e de liderar equipes, o poder de persuasão (comum entre vendedores), a criatividade, o bom relacionamento interpessoal e a resiliência.
“Qual é minha trajetória de carreira?”
Fica mais fácil encontrar conexão entre as funções que você já desempenhou quando seu histórico profissional está bem desenhado. Assim, é possível assimilar, por exemplo, quais atributos, competências e experiências levaram o analista comercial a se tornar comprador da linha e, posteriormente, a atuar como gerente ou diretor em outra área.
Entender a trajetória de carreira explica até mudanças bruscas de profissão, pois evidencia habilidades comuns a diferentes ramos que a pessoa carrega consigo. Tal compreensão é essencial na criação de uma narrativa que faça sentido para o mercado de trabalho.
De tal forma, é possível apresentar o indivíduo com as competências e potencialidades inerentes a ele, aquelas levadas também para a atuação profissional. Essa percepção ainda enaltece sua capacidade de se adaptar a diferentes cenários, superar obstáculos e investir em seu desenvolvimento.
“O que me trouxe até aqui?”
Analisar vivências e experiências passadas elucida as escolhas na carreira que fizeram você ser quem é hoje. A avaliação evidencia momentos cruciais, tais como a escolha de uma ação promocional em detrimento de outra, aquela que fez você ficar reconhecido entre os colegas publicitários.
Pensar no que trouxe você até aqui esclarece a sua mentalidade na tomada de decisão e o seu comportamento profissional, afinal, escolhas são feitas todos os dias no ambiente de trabalho. Quando olhar para trás, veja quais oportunidades surgiram e foram bem aproveitadas, assim como os projetos que ajudaram na sua formação.
A participação em eventos corporativos, em cursos e em viagens pode ter fortalecido seu networking e consolidado seu nome no segmento de atuação — analise esses fatos com cuidado.
Também é viável utilizar feedbacks obtidos em assessments e avaliações de desempenho antigas para assimilar as opiniões dos colegas, fornecedores, superiores e clientes sobre você. Levar em conta a percepção do outro ajuda na construção da sua narrativa e lhe permite traçar um paralelo do seu progresso na carreira profissional.
Fonte: Kienbaum Brasil (http://blog.kienbaum.com.br/carreira-profissional-na-crise/)
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