Liderança em termos concretos
Por: Yannik Leusch, Eberhard Hübbe, Prof. Dr. Walter Jochmann
A pandemia tem um forte controle sobre a economia global e está afetando o trabalho diário de milhões de pessoas. Além da falta de liquidez, interrupções iminentes na cadeia de suprimentos e queda na demanda, as empresas enfrentam o grande desafio de repensar o trabalho (em conjunto).
Sempre que possível, os funcionários são orientados para trabalhar em casa, as reuniões são digitalizadas e as plataformas de comunicação digital, como Slack ou Microsoft Teams, são demandadas de imediato. Mas as reuniões digitais não são de forma alguma um “New Work”: os verdadeiros desafios estão no planejamento e na consequente reflexão de autogerenciamento, gerenciamento de equipes e gerenciamento de empresas. A partir de conversas com gerentes de RH, CEOs e nossa experiência em projetos de transformação digital e implementação de “New Work”, identificamos as regras mais importantes do jogo para liderança nos tempos de Coronavírus.
Autoliderança
Reconhecer e perceber maior responsabilidade pessoal
Se não houver colegas ao lado, mas talvez parceiros ou filhos, isso muda o tipo e o ambiente do seu próprio trabalho. Embora exista mais controle disciplinar e social em um ambiente tradicional de escritório, outros mecanismos são necessários no escritório doméstico. No entanto, a falta de controle externo, social ou disciplinar não se traduz, por si só, em declínio da produtividade, mas exige, em um primeiro passo, a reflexão e a responsabilização pelo próprio trabalho no novo contexto.
Contribuir para a auto-organização da equipe
Cada colaborador pode apoiar a equipe na organização individual necessária, criando transparência sobre seu próprio valor agregado, projetos e objetivos atuais. O foco é participar ativamente de stand-ups e outros modelos participativos oriundos da lógica SCRUM e identificar, de forma independente, a necessidade de apoio entre colegas. As plataformas que podem ser utilizados para essas finalidades são Slack, Trello Board ou Microsoft Teams.
Reflita sobre seu próprio valor agregado e posicionamento durante a crise
A crise do coronavírus e o trabalho resultante do distanciamento social dos colegas oferecem a todos os colaboradores a oportunidade de refletir sobre seu próprio valor agregado na equipe e seu próprio posicionamento. Onde posso apoiar meus colegas? Quais atividades eu domino e onde dependo de suporte? Como eu poderia me posicionar na nova situação e ambiente para apoiar a equipe e a organização na crise?
Liderança de equipe
Empowerment (empoderamento) e renúncia ao controle
Mais importante do que nunca: em tempos de coronavírus, o microgerenciamento é um presente para a produtividade no escritório em casa. As opções de controle para uma equipe descentralizada são mínimas; os funcionários só podem ser efetivamente controlados se puderem fazer isso sozinhos. Isso significa criar espaço para responsabilidade pessoal e apoiar onde for necessário.
Manter o espírito de equipe
A interação pessoal é um pilar essencial para manter a equipe unida. Devido ao isolamento e ‘distanciamento social’, a interação pessoal deve ser digitalizada. Mais do que nunca, os líderes de equipe agora precisam criar um ambiente que promova a colaboração e amorteça o impacto do distanciamento.
Re-priorização de temas e tarefas estratégicas
No momento atual, os gerentes precisam avaliar a estratégia atual e, se necessário, redefinir a prioridade de projetos e tarefas críticas. Sem o microgerenciamento, os objetivos gerais devem ser claramente comunicados e as responsabilidades atribuídas. A agenda principal pode servir como uma ferramenta para a equipe assumir responsabilidades.
Liderança corporativa
Coloque o bem-estar e a segurança dos colaboradores em primeiro lugar
O bem-estar dos colaboradores é fundamental, especialmente no momento em que estamos. Para isso, a gerência da empresa deve garantir ‘distanciamento social’, sempre que possível, seja por meio de home office, turnos alternados ou restrições às atividades de viagens à negócios.
Seja a única fonte da verdade
O C-Level deve ser a ‘única fonte da verdade’ em todas as situações de crise. Medidas e diretrizes coordenadas devem ser claramente comunicadas apenas pela administração da empresa. Portanto a comunicação de temas sensíveis às relações de trabalho, como a política de cuidados infantis para os pais, não devem ser deixadas para o RH ou o departamento jurídico.
Capacitar gerentes
Adaptar o próprio estilo de liderança a novas circunstâncias é um enorme desafio para muitos gerentes. Eles só podem dar a liberdade necessária e mudar seu estilo de liderança se o RH e o nível de executivo sênior permitirem.
Fonte: Kienbaum Alemanha (https://blog.kienbaum.com.br/como-administrar-a-crise/)
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